Desde muito jovem (não que eu seja velho) eu acompanho as corridas de Fórmula 1. Fui atraído, lógico, pelo sucesso do genial e “eterno” Ayrton Senna. Entretanto não pude ver os grandes momentos de Senna, pois quando passei a “me entender por gente” ele já era tricampeão, e quando eu tinha apenas 7 anos ele faleceu daquela forma trágica. Como todo brasileiro é ufanista desde cedo, um outro piloto me fez continuar acompanhando as corridas, e torcendo virei realmente fã do esporte, seu nome: Rubens Barrichello.
Torço por Rubinho desde o seu início na F1, na equipe Jordan em 1993. Vibrei muito com os seus geniais e inimagináveis resultados pilotando o carro da Stewart e fiquei muito feliz quando soube que ele correria pela Ferrari.
Mesmo conseguindo bons resultados (suas primeiras vitórias e alguns vice-campeonatos), Barrichello foi injustamente muito criticado pelos brasileiros, no período em que pilotou o carro italiano. Criaram para ele um estigma de segundo piloto, dono de um bom carro, mas que se recusava a brigar pelo título. Entretanto esses críticos esqueceram um grande fator, Rubinho tinha como companheiro de equipe o grande Michael Schumacher que hoje é simplesmente heptacampeão de F1. Além de ser um baita de um piloto, o alemão tinha toda a estrutura da Ferrari a seu favor, fato que acabava prejudicando Barrichello.
Depois de 6 anos “sofrendo” na Ferrari, Rubinho foi para a Honda e começou uma nova história difícil. O carro era muito ruim, estava muito abaixo do que o brasileiro esperava. Foram três temporadas complicadas e depois veio o pior: Barrichello fora da categoria. No início de 2009 a Honda anunciou sua saída da F1 e deixou o brasileiro a pé.
Porém, quando ninguém mais tinha fé vem à notícia Rubens Barrichello disputaria a temporada. O antigo chefe de equipe Ross Brawn assume a Honda em cima da hora e a transforma em Brawn GP, mantendo a antiga dupla de pilotos, Rubinho e o inglês Jenson Button. No Brasil praticamente todo mundo pensou : “Será o melancólico fim da carreira de Barrichello”.
Ledo engano, o carro da Brawn se mostrou simplesmente fantástico e Rubinho correu como nunca. Mostrou talento, arrojo e bastante audácia. Deu a volta por cima, deixando claro para todos que é e sempre foi um grande piloto. Aos 37 anos brigou até onde pôde pelo título, tudo bem não deu, Button foi o campeão. Mas, Barrichello merece o reconhecimento de toda a nação brasileira, mesmo os que lhe criticaram têm a obrigação de reconhecer o seu talento. E olha que ainda não acabou tem a última corrida, nos Emirados Árabes, e seria ótimo se Rubinho vencesse para fechar o ano da melhor forma possível.
Em 2010 com certeza o Brasil estará com esperança renovada, não só com Barrichello (que deverá correr na Williams),mas com todos os pilotos brasileiros. E para encerrar com energias positivas deixo o vídeo do final de uma das mais espetaculares corridas de Fórmula 1 que eu já vi, a primeira vitória de Rubens Barrichello, no ano 2000 na Alemanha.