domingo, 7 de março de 2010

O fim de uma revolução

Existem coisas que você improváveis de acontecer e de repente, de forma muito súbita elas acontecem. Há pouco mais de uma semana foi assim. Sem ninguém esperar, uma das maiores bandas dos últimos tempos anunciou que estava parando com as atividades. Era simplesmente o fim do Cordel do Fogo Encantado.

A decisão foi anunciada em comunicado publicado pelo produtor,Antonio Gutierrez, no site do Cordel. O motivo foi a saída do vocalista e idealizador do projeto, José Paes de Lira (que também escreveu um comunicado). Não foram divulgados muitos detalhes, mas de acordo com as publicações não houve nenhum tipo de briga entre os integrantes. Foi divulgado ainda que sairá o registro em aúdio e vídeo do show que o Cordel fez no Carnaval de Recife.

É difícil assimilar que um pessoal tão talentoso e inventivo resolveu parar. Foram mais de 10 anos de estrada, um espetáculo teatral (que originou a banda), três cd's e um dvd gravados. O Cordel do Fogo Encantado era uma expressão única da cultura brasileira. Misturando música,teatro, poesia e folclore o grupo foi a maior inovação, desde a Nação Zumbi. Os caras mantinham uma junção de percussão, um único instrumento harmônico e uma interpretação fantástica de um vocalista inigualável.Posso dizer sem sombras de dúvida, que o Cordel foi o grupo mais fantástico que eu tive o prazer de ver tocar.

Repito que é difícil aceitar tal situação (e é por isso que só agora publico esse texto), mas nós sabemos que existem pessoas que surgem, mudam o cenário, põem seu nome na história e param. E foi exatamente isso que Lirinha, Clayton Barros, Emerson Calado, Nego Henrique e Rafa Almeida fizeram. Por mais que o trabalho deles esteja acabando, o Cordel ficará sempre na memória de quem viu e ouviu a revolução em forma de música.

Viva ao Cordel do Fogo Encantado sempre!