O que é mais difícil, passar no vestibular ou conseguir terminar o curso? Nem uma coisa nem a outra. A maior dificuldade é arrumar um emprego após concluir o ensino superior. Sei que não se trata de nenhuma novidade, afirmar que diploma não é garantia de colocação no mercado de trabalho, mas sofrer isso na pele é muito complicado.
Como muitos amigos de formatura, hoje vivo a angústia de ser um desempregado. Depois de superar, com muitas dificuldades, quatro de faculdade, é muito duro não obter compensação por isso. Dessa forma surgem críticas e cobranças por todos os lados. Você deixa currículos pelas mais variadas empresas e nada, nem uma entrevista se quer. Aí aparecem as dúvidas. O que há de errado comigo? Será que fiz a coisa certa cursando jornalismo? Porque ninguém me chama?
Tudo bem, convenhamos que a área de Comunicação Social seja muito escassa aqui no Nordeste. Todavia, ao ligar o televisor ou ao folhear o jornal diário aparecem trabalhos de profissionais absolutamente despreparados, sem nenhum dom para o jornalismo. Vem então mais uma indagação: por que eles estão lá e eu estou aqui parado? Essa dá para responder, eles tiveram indicações para conseguir seus empregos (popularmente conhecidas como “peixadas”). Nós jornalistas desempregados, não possuímos esta que é talvez a característica fundamental na atual conjuntura, possuímos apenas o talento. Mas, de que vale o talento se não temos quem nos indique?
Sinceramente, meus amigos, é muito triste viver em uma sociedade tão injusta como a brasileira. Muitos falam que o grande problema do país é a falta de educação, eu tenho educação me falta emprego. E aí? Alguém pode responder? Não.
Por mais que possa parecer, isso não é uma carta de renúncia à profissão, apenas externei pensamentos sobre o momento em que vivo. Amo o jornalismo e é só por isso que vocês estão lendo este texto.
Meu nome é Jhonathan dos Santos Oliveira, tenho 22 anos, sou jornalista formado desde 17 de janeiro de 2009 e por hoje continuo desempregado.
9 comentários:
Belo texto, Jhonathan...Emocionante, e verdadeiro! Não só pela semelhante situação, mas concordo plenamente com o que vc escreveu.
Também sou indignada com essa atual "exigência" do mercado: 'o conhecido', 'o quem indique'. Será possível um 'peixe'ser mais importante que um diploma?!
Ao que estou vendo...está sendo!
Só Deus pelos jornalistas desempregados...
Saskia Coutinho
Emocionante...
Verdadeiro...
Tenho certeza que nós jamais desistiremos dessa profissão que nos mantém vivos!
Parabéns meu amigo!
Pobre daquela empresa que não pode contar com um talento como você!
Abraço!
Talento nos mantem no emprego, mas não ajuda a arranja-lo.
Tme gente que tem "peixada" e vive por aí de emprego em emprego, pois não tem talento pra se manter.
Em compensação, as pessoas talentosas como o nosso amigo Jhonathan não têm esse tipo de recurso e tem dificuldades pra arranjar um trabalho.
Enfim, o que eu espero é que alguma empresa jornalística veja que você tem o dom e lhe contrate. Pois o problema de gente talentosa é apenas ser descoberto, depois disso é lutar e mostrar do que é capaz, que mais portas se abrirão.
Boa Sorte pra ti
pode crer, quem manda morar no Brasil....
Caro Jhonathan, infelizmente o mercado de trabalho está americanizado. Vi hoje insert (vinheta)com chamada para o próximo bloco do Globo Esporte (edição de 1º de janeiro de 2010) de matéria sobre os últimos que chegam a linha de chegada da São Silvestre. Estava escrito:"Demorou mais chegou".
Escandaloso, não? O autor deve ser um profissional com "ingrês fruente, mas português zero". É isso o que o mercado pede: recém-formado, que esteja cursando pós e tenha inglês fluente.
Eu tenho 28 anos de jornalismo. Sou formado e fui inclusive professor da Universidade Estadual de Londrina, como docente temporário de comunicação.
Em redação fui de repórter a chefe de redação em impresso, tevê e rádio. Fiz também assessoria.
Agora sou free lancer, que por aqui é sinônimo de desemprego. Estou com 53 anos, não tenho "ingrês fruente" e não fiz pós. Sou considerado inapto.
Antes, os diretores de jornalismo e as empresas valorizavam muito o talento e a experiência. Agora, os coordenadores de RH inspiram-se nos modelos americanos e querem neguinhos titulados. O resto é o resto...
Walter Ogama
Eu também sou jornalista desempregado. Formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR. Não tenho perspectiva de arrumar emprego em minha região e estou entrando em desespero - na depressão eu já entrei.
O problema da área de jornalismo é a imbecilização e arrogância (sem motivo, claro), dos proprietários de jornais. Eles recebem seu currículo e apenas sabem dizer que seu elenco já está preenchido. Isso, claro, quando dão algum tipo de retorno.
Em outras vezes, eles falam sobre experiência. Quando você conta que é formado há um ano e que já trabalhou em outro jornal medíocre, as respostas a e-mails e telefonemas param. Aí eles acham algum radialista falido, sem diploma, e dão 800 contos pro trouxa escrever alguma besteira ou pra cobrir briga de bêbado para a página policial.
Ainda por cima, como se não bastasse, o STF, atestando sua imbecilidade tipicamente brasileira, decide deslegitimar o diploma de jornalismo. É a mesma coisa que tirar a canoa de quem vive ilhado em enchente: fodem de vez com todo mundo e ainda abrem sorrisos, dizendo que fizeram o melhor pro país.
Me deixa ser sócio desse blog pra que eu possa desabafar! rs
Bem, amigos.. Eu tenho uma sugestão. espero que ajude: um dos grandes problemas do Brasil é seu ensino voltado para o vestibular, e as faculdades voltadas para o (des)emprego, e não para o empreendedorismo. O emprego acabou? Façam o de vocês! Jornalistas podem ensinar redação melhor do que muito professor de gramática; podem colocar monografias nas normas das universidades/ABNT/VANCOUVER; podem fazer revisão textual de monografias, teses, livros; e podem dar assessoria em pesquisas para teses, auxiliando doutorandos. O que um jornalista (nem ninguém) deve fazer, é ficar esperando por empregos, porque esses acabaram.
Bem, amigos.. Eu tenho uma sugestão. espero que ajude: um dos grandes problemas do Brasil é seu ensino voltado para o vestibular, e as faculdades voltadas para o (des)emprego, e não para o empreendedorismo. O emprego acabou? Façam o de vocês! Jornalistas podem ensinar redação melhor do que muito professor de gramática; podem colocar monografias nas normas das universidades/ABNT/VANCOUVER; podem fazer revisão textual de monografias, teses, livros; e podem dar assessoria em pesquisas para teses, auxiliando doutorandos. O que um jornalista (nem ninguém) deve fazer, é ficar esperando por empregos, porque esses acabaram.
Olá,
Represento o site de empregos Infojobs.com.br e gostaria de sugerir a inclusão de nosso link em sua página.
Empregos Paraná-
http://www.infojobs.com.br/vagas-empregos-parana.aspx?Provincia=179
Infojobs oferece TODOS os serviços aos candidatos GRATUITAMENTE, entre eles:
Busca de Vagas; Cadastro de CVs; Candidatura.
Atenciosamente,
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